No dia 28 de julho, Morretes rende homenagem àqueles que cultivam a terra com as próprias mãos, alimentando vidas, sustentando histórias e moldando o futuro com trabalho e dedicação. O Dia do Agricultor é mais do que uma data no calendário — é um convite à gratidão e ao reconhecimento de quem transforma solo em alimento, esforço em abundância e tradição em identidade.
Em Morretes, a agricultura familiar é parte viva do cotidiano. É dela que vem grande parte das hortaliças, frutas e alimentos que abastecem não apenas o município, mas diversos cantos do Paraná. O clima propício, o conhecimento transmitido entre gerações e a relação respeitosa com a terra fazem da cidade um polo de produção marcado pela excelência e pela humanidade do seu povo.
Atualmente, mais de 600 produtores rurais estão cadastrados na Secretaria Municipal de Agricultura por meio do CadPro (Cadastro de Produtor Rural), evidenciando a força do setor e a importância de políticas públicas que atendam às demandas do campo com seriedade e compromisso.
Para celebrar esse dia, a Prefeitura ouviu relatos de quem vive a realidade do campo. Everson Luiz Carrão, produtor há mais de três décadas, compartilhou sua história com raízes fincadas entre Morretes e Bocaiúva do Sul. Com uma produção diversificada de chuchu, berinjela, tomate-cereja e abobrinha, ele fala com orgulho da profissão que o acompanha desde os 13 anos:
“Para nós, a agricultura é a nossa vida. É um dom de Deus que a gente carrega com responsabilidade. É gratificante ver o resultado da colheita, entregar um alimento bonito e saudável para quem vai consumir”, afirmou.
Everson também destaca os desafios do setor: a escassez de mão de obra, as instabilidades climáticas e a necessidade de preparo técnico. “Hoje, quem entra na agricultura precisa entender a planta, estudar, se especializar. A agricultura exige muito mais do que força: exige preparo e dedicação.”
Outro relato que inspira é o de Robson Duarte, que iniciou sua trajetória na lavoura aos 16 anos e hoje, aos 35, encontra na agricultura o alicerce de sua vida:
“Tudo o que eu tenho, desde uma bicicleta até o sustento da minha família, veio da terra. Ver uma planta crescendo é o que me marca todo dia. É o que me faz continuar”, compartilha.
Ele também deixa um recado aos jovens: “É uma vida que vale a pena. Pode não ser fácil, mas é digna e essencial. Precisamos de mais gente jovem com vontade de trabalhar na terra.”
Um depoimento especial neste 28 de julho vem do atual vice-prefeito de Morretes, Vitor Bertolin, agricultor desde 1975, com 50 anos de história cultivada na localidade do Sambaqui. Com produção de berinjela, abobrinha, pimentão, vagem, maracujá e chuchu, ele compartilha com orgulho sua trajetória:
“Eu nasci na lavoura. Viemos para cá em 1975, no tempo da neve, quando perdemos tudo. Mas seguimos firmes, e aqui construí minha vida. Hoje quem cuida da lavoura é meu filho, mas eu continuo ajudando no que posso, porque a agricultura é tudo para mim. Eu não sei viver sem ela. E não só eu, né? O povo precisa de comida, precisa se alimentar.”
Ele também destaca o papel social da agricultura:
“Além de alimentar as famílias, também geramos trabalho. São mais de 10 famílias que vivem da nossa produção. Isso é uma corrente de vida. A agricultura é digna, é esforço, é continuidade.”
Com fé e sabedoria, Vitor resume sua vivência no campo:
“Eu rezo muito para que Deus abençoe essa juventude e que mais jovens fiquem na lavoura. Dá para viver bem, mas tem que trabalhar. Enquanto você dorme, a lavoura está crescendo. Às vezes, pedimos a Deus que não venha um vento ou uma geada, mas seguimos. Porque é isso que a gente ama.”
A Prefeitura de Morretes reafirma neste 28 de julho seu respeito e compromisso com cada agricultor e agricultora que faz da cidade uma terra fértil em produção, dignidade e futuro. Valorizamos o trabalho de quem, com suor e esperança, semeia o alimento que nos nutre todos os dias.
Seguimos trabalhando por políticas públicas que fortaleçam a agricultura familiar, ampliem o acesso a capacitações, melhorem a infraestrutura e incentivem o crescimento sustentável do setor. Que o exemplo dos nossos agricultores inspire as novas gerações e fortaleça ainda mais as raízes que sustentam Morretes.